segunda-feira, 18 de outubro de 2010

SOTALIA GUANENSIS (BOTO-CINZA)

Foto: http://www.projetobotocinza.com.br/portugues.htm

SOTALIA GUANENSIS (BOTO-CINZA)
Família: Delphinidae
Nome específico: Sotalia guanensis/ sotalia fluviales
Nome comum: boto-cinza
Distribuição: Existem dois tipos para essa espécie: o marinho e o fluvial. A forma marinha do boto-cinza ocorre em regiões tropicais e subtropicais costeiras da América do Sul e Central comprovadamente desde a Nicarágua até Santa Catarina, apresentando, possivelmente, uma distribuição contínua. Costuma ocorrer em baías e desembocaduras de rios, em águas turvas. É a espécie típica da Baía Norte (SC), Baía de Guaratuba (PR), Baía da Guanabara (RJ) e Baía de Todos os Santos (BA). A forma fluvial é endêmica ocorrendo nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco.
Peso, medidas e características: O comprimento médio é de 1,7m e o máximo de 2,2m. Trata-se de um dos menores cetáceos. O peso médio é de 60 Kg. O corpo é pequeno. O rostro ("bico") apresenta tamanho moderado. Vários tons de cinza, em geral, com o dorso mais escuro e barriga clara (branca, rosada ou amarelada). A nadadeira dorsal é triangular, de tamanho moderado e situado próximo ao centro do dorso. As nadadeiras peitorais são ligeiramente pontudas, de contorno suave. Possui de 52 a 72 pares de dentes pequenos e pouco afiados.
Como nascem e quanto vive: Os botos são considerados animais silvestres (ou selvagens), todos os animais que vivem ou nascem em um ecossistema natural são considerados animais silvestres. Ambos os sexos atingem maturidade sexual com cerca de 1,40m. A gestação dura cerca de 11 meses. Os filhotes nascem medindo de 0,8m a 1,0m. Nas avistagens, é muito comum observar a presença de filhotes nos grupos.
Comportamento e hábitos: Em geral, forma pequenos grupos de 2 a 7 animais embora grandes agregações (150-450 indivíduos) já tenham sido registradas. Tímido e arredio, evita aproximação de embarcações e nada devagar. Não costuma mostrar mais do que o dorso ao se deslocar. Raramente exibe comportamentos aéreos. No entanto, pode surpreender com saltos e surf nas ondas do mar. Os mergulhos são geralmente curtos (30 segundos) e raramente ficam submergidos por mais de 1 minuto Trata-se de um nadador ativo. Nadam em grupos coesos, o que sugere estreitos vínculos sociais. Esse animal, com cerca de 1,6m, aproxima-se com freqüência das embarcações de pesca e permite que as pessoas nadem nas suas proximidades. Os botos demonstram claramente aceitar a presença do cachorro dentro da água, inclusive tocando-o e suspendendo-o acima da superfície. As vocalizações dessa espécie incluem estalos e assobios.
Alimentação: Peixes, lulas e crustáceos.
Identificação Individual : É feita através de marcas e cicatrizes no bordo posterior da nadadeira dorsal. As marcas e cicatrizes ao longo do corpo que os animais adquirem ao longo de suas vidas podem ajudar, como complemento, a identificar distintos indivíduos.
Inimigos Naturais: Provavelmente os grandes tubarões (Família Carcharhinidae).
Ameaças: Por apresentar hábitos costeiros, o boto-cinza sofre forte pressão antrópica como por exemplo a poluição dos mares por metais pesados, efluentes industriais e agrotóxicos, desmatamentos, exploração dos mangues e estuários, o aumento do tráfego de embarcações, o desenvolvimento urbano e a captura acidental em redes de pesca em toda a sua área de ocorrência. Quando ocorrem essas capturas, a carne pode ser utilizada em pequena escala para o consumo e a gordura como isca para a captura de elasmobrânquios em espinhéis. A magnitude e o impacto dessas capturas ainda permanecem desconhecidos. Ainda que tenha sido criada a Área de Proteção Ambiental de Anhatomirim (Decreto 528, de 20/5/92), o turismo desordenado para observação dos boto-cinza também constitui uma ameaça, o turismo poderá vir a causar molestamentos e distúrbios. Em anos recentes tem registro de casos de pessoas alimentando-se de golfinhos selvagens em várias localidades do mundo. Essas atitudes podem ocasionar problemas tais como: mudanças no comportamento natural como na busca de alimentos e quebra de laços sociais; o que pode prejudicar a futura sobrevivência dos animais, perda de cautela e prudência em relação aos humanos - o que coloca os animais em risco, ingestão de alimentos não apropriados ou contaminados e incremento no número de injúrias causadas a humanos.
É muito importante ter presente que apesar de alguns sistemas naturais constituírem grandes reservatórios de Carbono (como o oceano), a dinâmica do seu ciclo é, sobretudo controlada pelos sistemas que têm capacidade de trocá-lo ativamente com a atmosfera, como é o caso da vegetação e do solo. Já o oceano tem baixa capacidade de sumidouro porque a molécula de CO2 não se dissolve facilmente na água e grande parte dos oceanos tem uma baixa produtividade de matéria orgânica, porque as plantas que aí vivem, por exemplo: as algas, são poucas e com a fotossíntese limitada pela falta de nutrientes e pela fraca penetração da luz. Além disso, o aumento da concentração de CO2 nos oceanos, leva a uma acidificação da água, que pode comprometer o complexo ecossistema marinho.
Por outro lado, a fotossíntese que ocorre nas plantas terrestres é responsável pela retenção de carbono atmosférico no material vegetal e, eventualmente, na matéria orgânica no solo. Assim, é claro que ecossistemas com grande biomassa e com o solo pouco perturbado, como as florestas, retêm o carbono numa escala temporal muito maior. Mas as constantes alterações provocadas pela ação do homem nestes reservatórios vêm alterando este ciclo do carbono, ou seja, essa troca. Isso acontece de diversas maneiras. As principais são: a queima de combustíveis fósseis (como petróleo, carvão e gás natural) e o desmatamento (no Brasil, o desmatamento é o principal responsável por nossas emissões de GEEs).
O fito plâncton compõe entre 50% e 90% da biomassa no oceano, o que dá a idéia da relevância que pode ter a presença ou ausência destes microorganismos no meio marinho.
É a parte do plâncton que é fotossintética. Seria como a parte vegetal, que é a que tem clorofila.  É o principal motor na captação de CO2 da atmosfera e na produção de oxigênio no meio marinho. Por ser organismo fotossintético ele têm uma forte dependência das condições meteorológicas. Assim, a mudança climática afeta principalmente de duas formas.
Uma é que ao aumentar a temperatura de água se impede a mistura de águas profundas, ricas em nutrientes, com as águas superficiais, que é onde se encontra as maiores concentrações de fito plâncton, o que atrapalha sua reprodução. A outra é o aumento da concentração de CO2 na atmosfera. O meio marinho capta em torno de 30% do CO2 emitido na atmosfera e absorve 80% do calor atmosférico.
À medida que o CO2 aumenta, o meio marinho o absorve mais. Em princípio, isto pode parecer positivo, pois o fito plâncton requer esse CO2 para realizar a fotossíntese. No entanto, em concentrações altas demais acontecem processos de acidificação das águas trazendo conseqüências desastrosas para muitas das espécies marinhas, porque as coberturas calcárias dos animais que as requerem necessitam do carbono orgânico.
Ato de transportar o pólen de uma antera (parte em que ele é produzido) até o estigma, é chamado de polinização. Há dois tipos básicos de polinização: a autopolinização e a polinização cruzada. Os agentes naturais (vetores) da polinização são tanto elementos abióticos (ex.: vento e água) quanto agentes bióticos (ex.: insetos, pássaros e morcegos). Em angiospermas, o pólen é geralmente transportado por insetos, aves ou morcegos, enquanto em gimnospermas o vento encarrega-se desta missão. A elevação da temperatura pode provocar a extinção de alguns desses agentes bióticos, além de outros fatores. O mutualismo é obrigatório, isto é, a ausência de uma das populações dificulta, ou mesmo impossibilita a existência da outra.
Grande parte das espécies que formam a biodiversidade está vulnerável às mudanças climáticas, e muitas possuem menores possibilidades de adaptação. Um dos principais problemas relativos à dinâmica do aquecimento global é como a adaptabilidade destas espécies será afetada por este fenômeno. As altas temperaturas podem apresentaram redução do tamanho do posterior fruto, se for o caso, e do número de flores polinizadas.
Para pesquisar sobre os botos podemos utilizar dois métodos, porque com a análise qualitativa trabalhamos com o subjetivo, a construção da realidade, e para isso é necessário saber qual o objetivo da pesquisa e qual o objeto de estudo. Já a análise quantitativa, nos dará mais precisão, pois ela além de ser objetiva , é palpável e mensurável, sendo responsável pelo levantamento dos dados estatístico e das coletas de dados.
O aquecimento global tem aumentado a cada dia, devido à enorme quantidade de gás CO2 que é emitido pela população mundial. O que acaba influenciando no metabolismo dos animais em especial dos botos, que possuem um metabolismo alto e precisam comer muito. Dependendo da espécie, cada indivíduo chega a ingerir 45 quilos de alimento por dia. Por isso, gastam muita energia procurando alimentos e freqüentam áreas de grande importância econômica para o País por suas características piscívoras, ou seja, onde há peixe, há golfinhos. E há problemas com a captura acidental em redes de pesca, um impacto que afeta mundialmente as populações costeiras de golfinhos. A poluição do ambiente que, por conseguinte dependendo do produto descartado, pode levar até a mortandade dos botos.
O metabolismo dos animais funciona da seguinte maneira: No calor, o consumo é reduzido para diminuir a taxa metabólica. Com isso, o tamanho dos órgãos diminui para que possa haver troca de calor entre o animal e o ambiente, o organismo produz calor o tempo inteiro (com seu metabolismo) e precisa eliminar parte desse calor para o meio. Se a temperatura do meio subir acima da corpórea, há dificuldade nessa troca, podendo até levar o animal à morte. Quando a UR% está baixa, há muita perda evaporativa pelo animal, o que causa desidratação da pele.
A temperatura influencia o transporte de íons na osmo-regulação. Portanto, um aumento na temperatura causa um aumento no transporte de íons, assim como uma diminuição acarreta uma redução no transporte de íons. Conseqüentemente, temperatura e salinidade atuam em conjunto.
Já as plantas também ha uma influencia com o aumento da temperatura, já o calor faz com a planta faça mais fotossíntese, ou seja, gaste mais energia havendo assim uma troca.
O principal fator que provoca a morte dos botos, contribuindo para seu eminente risco de extinção, é a morte acidental nas redes de pescas, que acontecem especialmente no período que vai do mês de dezembro até o mês de março, quando os pescadores adentram mais o mar para pescar e acabam capturando os botos acidentalmente. Sendo um mamífero, respira pelos pulmões, e quando fica preso nas redes morre afogado. Outras causas importantes de morte dos animais e a poluição e a degradação das águas costeiras, que interferem diretamente no habitat natural desses animais, assim como a destruição de manguezais e o assoreamento em regiões de estuários, que acabam comprometendo seriamente o habitat desses animais, assim como de outras espécies, colocando em risco a sobrevivência desta espécie de botos. Em todo o litoral, o boto-cinza é capturado para virar isca de tubarão.
Algumas ameaças que o boto sofre:
·         Caça comercial;
·         Utilização de suas partes para venda e crendices populares;
·         Interação com atividades pesqueiras;
·         Degradação do ambiente marinho pelo rápido crescimento das áreas costeiras;
·         Super-exploração dos estoques pesqueiros, o qual reduz o suprimento de alimentos;
·         Efluentes industriais carregando seus produtos químicos;
·         Aumento do numero de embarcações, resultando na mortalidade de cetáceos devido às colisões.
Em alguns estados o tratamento com animais, chamado zooterapia, deixou de ser uma terapia alternativa para ganhar reconhecimento no meio medico. No Amazonas, o boto é a estrela do zooterapia. Uma vez por semana, crianças com doenças graves, que se tratam no hemocentro de Manaus, vão até a mata para entrar na água, chegar perto dos animais e, assim, participar da bototerapia, para essas terapias é usado o boto cor-de-rosa.
 
http://bototerapia.com/home/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=2
 
Legislação Brasileira de Proteção aos Cetáceos
Existem atualmente duas portarias e uma lei que visam proteger as espécies de cetáceos que ocorrem em águas brasileiras. São elas:
1 - Portaria nº N-011, de 21 de Fevereiro de 1986
"Proibir, nas águas sob jurisdição nacional, a perseguição, caça, pesca ou captura de pequenos Cetáceos, Pinípedes e Sirênios."
2 - Lei nº 7.643, de 18 de Dezembro de 1987
"Fica proibida a pesca, ou qualquer forma de molestamento intencional, de toda espécie de cetáceo nas águas brasileiras."
3 - Portaria nº 2.306, de 22 de Novembro de 1990
"Fica proibido qualquer forma de molestamento intencional a toda espécie de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras."

Vídeos de Bototerapia do Projeto Anahata

Apesar dessa espécie de boto não fazer parte do nosso bioma, serve como aprendizado.

A Bototerapia é um processo terapêutico, em liberdade, com vínculo lúdico e emocional entre
 os seres. o mito e a Natureza.






Bototerapia no tratamento de crinças especiais


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sotalia guianensis


Os cetáceos (baleias, botos e golfinhos), juntamente com os sirênios (peixe-boi), são os únicos mamíferos marinhos que passam toda a vida na água. O nome Cetáceo vem do grego Ketos que significa baleia ou monstro marinho.
O boto-cinza, Sotalia guianensis, é uma pequena espécie costeira de cetáceo que se distribui ao longo de praticamente toda a costa atlântica da América Central e do Sul. A sua ocorrência em áreas portuárias, faz com que a espécie seja vunerável a uma variedade de ações humanas, tais como, envolvimento em atividades pesqueiras que podem ocasionar capturas acidentais em artefatos de pesca, sendo essa a principal ameaça a espécie, poluição química da águadegradação de hábitats e exposições a embarcações motorizadas, que podem provocar alterações comportamentais ou até mesmo lesões corporais.

CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS DE SOTALIA GUIANENSIS - NA BAÍA DE SEPETIBA, RJ

http://www.seb-ecologia.org.br/viiiceb/pdf/208.pdf

Boto-cinza




O boto-cinza é um dos menores cetáceos existentes. Seu tamanho máximo não ultrapassa os dois metros e meio de comprimento. A coloração varia de acordo com o habitat, mas em geral o dorso é escuro, indo desde a cor grafite, passando pelo amarronzado até o cinza claro. O ventre é mais claro, podendo ser branco ou rosado. Esses animais vivem aproximadamente até os 30 anos de idade e se tornam adultos a partir dos 6 anos. A fêmea tem somente um filhote a cada 3 anos. O filhote desmama em média com 1 ano de idade e se torna auto suficiente a partir dos 2 anos.
Os golfinhos da espécie Sotalia guianensis vivem em grupos que variam de poucos indivíduos (5-15), podendo chegar a mais de 50 animais. Entretanto, para a baía de Sepetiba e Paraty, já foi possível observar grandes grupos chamados “agregações” que passavam de 250 animais. Os botos provavelmente se agregam para alimentar de grandes cardumes de peixes. Os grupos coesos que esses animais formam sugerem uma forte ligação social entre os indivíduos, principalmente entre fêmeas e filhotes.
A dieta desses golfinhos é constituída de uma grande variedade de peixes, principalmente aqueles que formam cardumes, mas lulas e crustáceos também formam o cardápio desses animais. No ambiente aquático em que vive o boto-cinza a ecolocação é importante, pois, permite que os animais se desloquem, localizem objetos e pesquem com eficiência.

http://www.projetobotocinza.com.br/biologiaeecologia.htm